Anita chorou. Deixou que rolassem as lágrimas junto da água do chuveiro, que levassem embora todo o peso que sentia nas costas, toda a tristeza no peito e as palavras entaladas na garganta. Ela estava sem rumo, pela primeira vez não sabia o que fazer para contornar o problema, não tinha uma solução para o que estava por vir, nem tinha argumentos para contestar.
Ela sabia que sua vida dependia disso, que todo o seu futuro seria decidido nequele momento. E ainda assim não sabia o que falar... Tiago dizia que ela não tinha coração suficiente para combater, que a revolução dela acontecia em sua mente apenas. Ele sabia que não era verdade, dizia isso quando precisava que ela se movimentasse, que agisse. Sabia que era seu incentivo para mudar o mundo.
Parece que nem isso adiantou dessa vez, pois sofria calada a falta da estrada, afinal, ela tinha um objetivo, mas não o caminho para alcançá-lo. E naquele momento pareceu que ela não tinha era nada, nem mesmo vontade... aos poucos a água foi diminuindo e os últimos pingos foram suas lágrimas, as últimas, que só fizeram avermelhar seus olhos.
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