sexta-feira, 23 de maio de 2014

Aware

Aware: (do japonês) o gosto agridoce de um momento rápido e evanescente de beleza transcendente.

A vida não precisa de muito pra valer a pena. Pequenos momentos que não voltam, mas ficam na memória. Um telefonema, uma mensagem, um olhar, a presença. Por vezes escassa, se intensa, sempre valerá a pena.

Mas como lidar com a saudade? Distância momentânea, voluntária ou eterna será sempre distância. É nesse balanço que a vida corre, “como o caramelo que chegasse ao fim”. Doces momentos inesquecíveis intercalados pelo amargo da ausência, da distância. Necessários. O doce, quando em excesso, arranha na garganta e enjoa. O azedo ajuda a apreciarmos o doce.

Por vezes, o azedo vem forte demais e perde-se o propósito. A vida nem sempre é justa e faz sentido. Bate forte, tira o chão e nos deixa em queda-livre. Não nos resta muito a fazer, a não ser se valer do bom da vida; o carinho, o companheirismo, o amor tornam tudo mais suave.

Criemos, portanto, mais “awares”, mais vida, mais alegria. Sustentemos mais uns aos outros. Nosso tempo aqui é curto, é bom aproveitá-lo com felicidade.



“Tired of lying in the Sunshine, staying home to watch the rain.
You are young and life is long and there is time to kill today.
And then one day you find ten years have got behind you.
No one told you when to run, you missed the starting gun.”
(Time – Pink Floyd)