Eu tenho escutado conselhos de não me aproximar, não gostar tanto, não confiar, não se entregar, para não se machucar. De que vale isso? Pois eu digo sim. Eu me entrego, me aproximo, me apaixono e confio cegamente quantas vezes tiver a oportunidade. Nem reclamo da dor. Se ela vier, vou sofrê-la com dignidade e vivê-la com intensidade pra poder falar depois que a venci. Mostrando que existe felicidade depois dela, assim como existem outras pessoas para se amar e confiar.
Um filme que gosto muito “My Blueberry Nights”, com a terrível tradução de “Um Beijo Roubado”, fala sobre uma jornada realizada pela personagem da Norah Jones pelos Estados Unidos depois de um rompimento. Uma das pessoas encontradas pelo caminho é a personagem da Natalie Portman, uma jogadora de poker desconfiada de tudo e de todos, que tenta passar esse traço para a Norah Jones. E ela dia em um momento: “Passei os últimos dias tentando aprender como não confiar nas pessoas. Estou feliz por não ter conseguido.”
Porque a vida vale mais a pena assim. Vivendo com intensidade cada emoção, cada relacionamento, cada pessoa que passa por nossas vidas. Eu gosto da frase “Prefiro estar ocasionalmente enganada do que constantemente desconfiada”. Afinal, como se cria laços com as pessoas quando se desconfia delas constantemente? Como se vive feliz sem criar laços com as pessoas?
Não quero isso. Quero todos os altos e baixos da vida, para me alegrarem os momentos bons e me fazerem forte os ruins. Quero um dia poder olhar para trás e poder dizer que errei, me enganei, tive meu coração partido diversas vezes, mas que nada disso me fez desistir das pessoas, nem do amor, nem da amizade, nem de nada que me fizesse viver pela metade, nem com medo constante, nem superficialmente. Eu quero a vida. Por inteiro.
“Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar.” Caio Fernando Abreu
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