Estive perdida por muito tempo. Em um espaço entre querer achar um novo rumo para a vida e tentar continuar onde estava o máximo que conseguisse. Por você. Por tentar ser alguém de quem você se orgulhasse. Em um momento, percebi que seguir meu próprio caminho me faria me esforçar muito mais e assim eu te orgulharia, então.
Eu encontrei o que me faria feliz. Encontrei o caminho que eu gostaria de trilhar. Eu sei de sua mágoa por ter feito isso sozinha. Precisava, entretanto, olhar para dentro de mim naquele momento. Só assim descobriria o certo a se fazer. E, para isso, precisava refletir. Sem conselhos. Sem conversas. Portanto, me perdoe pela mágoa, é algo sempre evitado por mim. E, deixando registrado, foi por isso meu silêncio. Não por não confiar em você.
Quando te contei meu medo de te decepcionar durante meu caminho, você me disse ser um pedaço de si. E que, portanto, isso nunca aconteceria. Em nenhum outro momento de toda minha vida me senti tão realizada. Você é minha inspiração, meu norte, meu exemplo. E escutar ser, ao menos, parecida com você já me deixa imensamente satisfeita. E, apesar de não poder prometer a perfeição, prometerei a busca do meu melhor, para honrar a semelhança.
“Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay caminho
sino estelas en la mar” (Antonio Machado)